sábado, 14 de abril de 2012

molduras que andam

Pássaro preso cantando.
Televisão ligada alto.
Gente falando.
Falando muito.
Alto.
Pés.
Movimentos.
Palavras gigantes
que desconhecem o seu tamanho.
Palavras ínfimas.
Atitudes sólidas na hora de bater,
são rasas aos olhares que buscam.


Eles brilham sem saber seu lugar.
Os pés também não sabem.
Recortes de almas sem gosto bom.
Mãos.
Unhas do pé.
Bocas.
Joelhos.
Articulações.
Pedaços de gente que são pedaços de almas,
que não conseguem se montar.
Ser.


Os pedaços podem continuar sendo pedaços.
Mas estão virando restos que não sabem o que são.
Só querem ir.
Acreditam cegamente no que não sabem,
apenas porque um dia alguém disse que era certo.


Restos de Palavras,
Atitudes,
Gritos,
Falta de Respeito,
Pressa.
Muita Pressa.
O mundo está rápido,
e as partes que estão virando restos não sabem o motivo,
e não querem descobrir.


Precisamos falar,
mostrar,
entoar sussurros de paz,
respeito,
liberdade real sem tabus,
educação,
e tanto mais quanto for necessário.


Os sorrisos só chegam a quem deseja ver.
Quando você sorri pra alguém na rua,
o outro sorriso nem sempre enxerga o seu.
O senso de obrigações aceitas não permite.
Há uma ponte invisível que faz com que os olhares não vejam
os carinhos do dia.
Mas eles sempre voltam,
e quando um morre,
nasce outro no lugar.
Desejo a todos excelentes percepções
sem olhares com foco no aceitável.

Natália Possas