quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Por onde larguei minhas pegadas, ainda não sei.
A frase é clichê demais 
pra eu basear minhas bagunças perdidas nela,
ou minhas escolhas,
e meus olhares bons.
Ainda há tantos que precisam dos clichês.
Ainda há tantos que nem sabem que precisam de alguma coisa.

Não quero saber onde larguei nada.
Se larguei já não importa.
Estou parando cada vez mais de cultivar certezas,
de amontoar pronomes, substantivos e adjetivos.

Cansei de falar,
de escrever,
e de perceber um amontoado de coisas
obvias, inúteis e imbecis sendo tão idolatradas.
Cansei de ver os adultos se maltratando,
se entupindo de lixo intelectual e orgânico,
e deseducando a cada segundo seus filhos.
Cansei de ver os eufemismos criando bandidos.
Cansei de burrice escolhida, falta de educação e ego exacerbado.
Cansei de respirar as sandices unânimes.

Foda-se pro meu cansaço.
A indústria precisa progredir
e a autodestruição em massa não pode parar.
Ainda bem que existem as religiões, a política, o carnaval, a copa
os culpados, inocentes,
e as coisas que ninguém entende, mas que são assim e pronto.
Ao menos assim, todos podem dormir aliviados e felizes
por ter onde depositar suas esperanças de um mundo melhor.
Ufa!

Natália Possas

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