terça-feira, 30 de setembro de 2014

aliança

para Pri e JP, com carinho

Somos importantes pra quem sabe sentir nossos sorrisos, 
e a falta deles.
Pra quem nos diz carinho através de palavras,
cheiros, gestos, gostos,
e tudo que nos permitimos perceber.
É assim que os amores devem se tocar.

Ninguém conhece alguém pela quantidade de informações.
Conhecemos por tudo que permitimos nossas sensações enxergar.
Que o amor de vocês toque no outro todos os dias,
e traga cheiro bom de alegria
pra vocês, 
e pra nós que tanto amamos essa sintonia gostosa.

Natália Possas

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Nós. Mãos. Abraços. Pé. Respiração. Suor. Palpitação. Rua. Carros. Pássaros cantando. Formiga. Avião. Gente falando. Cheiro de planta. Cheiro de asfalto. Cheiro de gente. Bolsas. Janela. Dobradiça barulhenta. Sol. Vento. Folhas. Fios.

Ufa um segundo já foi. As mãos cansaram antes de terminarem as percepções.

Natália Possas

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Corações sorriem por essência,
sorrisos gostam de respostas.
Nem sempre elas chegam.
Então os sorrisos precisam aprender a beijar corações
mesmo que seja através de um monólogo.


Não podemos abrir paredes 
sem a permissão de quem vive atrás delas. 
Seja quem for.
Inclusive nós mesmos.

Natália Possas

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Nossas permissões contra e a favor são muito maiores do que imaginamos.
Nossa força sucumbe apenas à perda da vontade de ser, sentir.
Somos grandes.
Todos nós.
Por isso e apenas por isso
temos energia bastante
pra nos derrubarmos,
pra deixarmos de ser,
pra gerar doenças
e sofrer com as conseqüências de tudo isso.
Simplesmente por não darmos permissão a nós mesmos de nos ouvir.
Somos cruéis com quem mais deveríamos cuidar... nós.
Não podemos nos preocupar verdadeiramente com os outros sem cuidar de nós.
Precisamos entender nossas necessidades verdadeiras
e esquecer as fabricadas.
Mas pra isso é necessário quebrar regras, certezas irrefutáveis e convicções.
O simples não precisa de obstáculos
e somos tão simples,
tão verdadeiramente naturais por essência.
Quebrar nossa essência deveria ser mais difícil
do que acreditar nas certezas fabricadas.
E é.
Por isso nos permitimos tanto sofrimento.
Fazemos um esforço extraordinário pra não sermos nós.
Quanta energia desperdiçada,
quanta fome e gritos dentro de nós,
quanto trabalho na posição errada.
Nos envenenamos porque permitimos isso.
Nos permitimos sentimentos e escolhas ruins,
nos alimentamos da pior forma.
Como alguém que faz tão mal para si quer sem bom com alguém?
Precisamos respeitar e cuidar ao invés de definhar.
Pois é isso que fazemos a cada sorriso vetado.
E a cada suspiro que não foi.

Natália Possas 

terça-feira, 9 de setembro de 2014

E quando os olhos sentem cheiro ruim,
sem aceitar que só estão lá pra enxergar,
é hora de entender,
parar,
de retirar permissões descabidas
que impedem as paisagens decoradas com flor
de serem apreciadas.

O cheiro fabricado só é sentido após as permissões silenciosas.

Natália Possas

Palavras divididas que se multiplicavam
a cada permissão despretensiosa,
sabiam seu peso concedido
e ganhavam força a cada aprovação imposta
por quem achava que apenas sentia,
sem responsabilidades.

Hora de ficar dentro de mim 
e reconhecer os olhos piscando assustados por lá.
Hora de ser sem precisar da culpa que pede pro medo ficar mais,
sem precisar do que eu não preciso.
O tempo pede de mim o que eu soube querer,
até antes de agora.

Natália Possas