Que todos
nós
possamos
conhecer cada vez mais
nossos
motivos de valer a pena.
Sejam eles
do tamanho do nosso amor,
da luz que
habita nos sorrisos sinceros
ou da
formiga que comeu meu doce hoje.
Que possamos
cada vez mais
nos despir
das condutas sociais imbecis (até hoje não conheci nenhuma que não fosse)
e das regras
carregadas de preconceitos.
Quem sabe
assim possamos conseguir nos vestir mais de nós mesmos
e respeitar
mais nossas vontades reais e a dos outros.
Não precisamos
de falsos pudores,
nem de
respeito fabricado
repleto de
ideologias que nos impedem de ser sinceros com nossos desejos.
Precisamos enxergar
pessoas
ao invés de
roupas, posições, gostos, cor, sexo, preferências e tanto mais.
E não me
venha falar de preconceito e humanidade
sem antes
saber exatamente o que isso significa.
Sem antes se
entender, se perguntar, se questionar.
E muito
menos venha dizer que as coisas melhoraram
e que o que está
aí é assim porque é.
As coisas
não melhoraram.
As pessoas é
que passaram a aceitar mais.
O
preconceito está nas vírgulas colocadas propositalmente nas frases inofensivas.
Deixe você.
Deixe o
outro.
Deixe o que
você pensou ser seu discurso.
Questione-se
e você vai perceber que a maioria das suas palavras não são suas.
Só estão lá
porque sempre foi assim.
Deixe-as.
Viva você.
Viva suas
palavras, suas verdades.
Descubra-se.
Desvende-se.
Depois disso
poderemos voltar ao assunto.
Natália Possas
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