O sol abriu espaço na nuvem gigante em cima da janela. No meio fio, as crianças aprendiam a se equilibrar. Do outro lado, o cachorro chamava o dono emprestado, que nunca o alimentava. No caminho pra onde o movimento acontecia, o ritmo estava mais lento. Havia menos pés, menos direções. O cheiro era da chuva que passou. O som desacelerava o compasso, e as frases dessa vez eram em uníssono.
Essa foi a minha ida ao banco, na quarta-feira de cinzas.
Natália Possas
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