quinta-feira, 25 de junho de 2009

Entrelinhas


No dia em que eu não falei,

O sorriso convidou mais,
O aconchego se atirou com o olhar,
Que encontrava o outro e dizia tudo.

No dia em que eu não falei,
Eu disse tanto!
Senti através do acorde,
Que soou com o gesto mudo.

No dia em que eu não falei,
A presença buscou a sombra,
Que é o reflexo do sentir,
Gesto do Eu que eu mesma nem sei,
E que faz exposição de mim sem permissão.

No dia em que eu não falei,
A expressão gritou!
Demonstrou a tradução que a voz não acompanha,
Fez sentir... entender tudo e nada...

No dia em que eu não falei,
Os sentidos eram gigantes com valores naturais.
O mesmo virou fração,
E o tudo, arte.

Natália Possas

1 comentários:

Levi disse...

Nossa Natalia,perfeita! essa é uma poesia que eu queria ter escrito,nem consigo descrever a excitação que senti ao lê-la!!!