Não pertenço a lugares,
pertenço a mim.
Vou aonde os sorrisos me chamam
e o barulho da chuva é mais sonoro.
Não quero as certezas pra sempre.
Preciso das dúvidas que mudam de ideia e de lugar.
Busco os cheiros fortes
dos pedaços de mundo que eu vou montando
sem que quase ninguém perceba.
Quero as dores do cansaço criado no balão
que eu inventei pra ter o que decorar.
Pertenço ao que eu permito pertencer,
porque era importante,
ou porque a vontade pediu.
As minhas certezas adoram dar cria.
Meus ideais se bastam com a minha aprovação,
mesmo quando quase ninguém acredita neles.
Falando francamente,
os ideais em que a maioria acredita
costumam ser bem...
limitados (ah consegui não dizer burros!).
Natália Possas