Palavras quietas,
querem acompanhar o peito apertado
de batidas na porta.
Mas dentro de mim,
energias, fome, espirros escandalosos que não sabem o que são.
Inquietação que não sabe o quê, mas sente,
e sabe precisar
sem saber o que é de verdade.
Eu sempre sei.
Preciso aprender acreditar sem nada me levar de volta à dúvida,
apenas despertada pela curiosidade que chama o olhar, as atitudes.
Me perdi nessas palavras sem saber o que sinto.
Tenho palavras que conversam dentro de mim
Mas são indizíveis, intraduzíveis,
até que eu saiba como aceitá-las,
sem que o coração crie questionamentos exagerados.
Apesar disso o sorriso nunca anda mais que minhas pernas,
vai ao meu lado acalmando meu coração,
pra que eu possa acalmar os outros
e buscar entender o meu.
Minhas palavras e atitudes buscam a leveza mais que tudo,
o carinho trazido nos sorrisos, nos olhares
as sutilezas de afagos escondidos,
cada percepção que os outros não querem mais sentir.
Mas tudo isso leva meus pensamentos
pra onde eu não conheço.
Mas sei.
Embora relutante,
minhas conjugações hoje foram em primeira pessoa.
Pela primeira vez.
Natália Possas